Última Hora: Desconhecidos assassinam dois cidadãos na Matola. Um era agente do SERNIC

 

Em pleno dia marcado por lembranças sombrias — quase um ano após a morte de Elvino Dia e Paulo Guambe —, um novo acontecimento abala os círculos de segurança e opinião pública: um agente da UIR foi brutalmente assassinado, e logo após o crime, áudios atribuídos à própria vítima começaram a circular nas redes sociais, com revelações que levantam muitas interrogações.

Nos áudios, cuja autenticidade ainda está sob verificação pelas autoridades, o agente faz declarações enigmáticas e comprometedoras: “Todos estávamos envolvidos… já sabíamos que um a um seria eliminado”. A voz, calma mas carregada de tensão, deixa no ar a ideia de que há muito mais por detrás da morte do agente do que um simples acto de violência urbana.

Fontes extraoficiais indicam que o agente poderia estar prestes a revelar segredos ligados a operações sensíveis ou esquemas internos. O momento da divulgação — exatamente no ciclo do primeiro aniversário da morte de Elvino e Guambe  levanta suspeitas de possíveis conexões entre os casos, embora nenhuma ligação oficial tenha sido confirmada.

O ambiente está carregado de expectativa e receio. Quem são os outros que “serão eliminados”? Que tipo de envolvimento o agente mencionava? O áudio vazado seria um aviso, uma confissão ou um grito de socorro ignorado?

As autoridades prometeram abrir um inquérito completo, mas a população pede mais do que investigações formais — exige respostas claras sobre o que está realmente a acontecer por trás das cortinas do aparato de segurança.

Duas pessoas foram assassinadas na manhã de hoje, quando eram cerca de 10 horas, na Avenida Eduardo Mondlane, zona da Manduca, bairro do Infulene, na cidade da Matola, província de Maputo.

Informações apontam que uma das vítimas era, supostamente, membro do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), e outra da Polícia da República de Moçambique (PRM), e aparentemente, estavam a ser seguidas. Foi encontrada uma arma do tipo pistola com as vítimas.

As pessoas que presenciaram a situação dizem que foram vários os tiros disparados contra a viatura onde seguiam as duas vítimas. Era um veículo branco da marca Toyota, modelo Auris, cor branca, com a chapa de matrícula AIP 085 MP.

Uma testemunha referiu que o carro das vítimas foi emboscado por três viaturas, senda duas Toyotas, modelo Ractis, e uma da marca Nissan, modelo Juke.

O veículo Nissan bloqueou a estrada para impedir a passagem de carros, enquanto os ocupantes das Ractis disparavam. “Não chegaram de demorar”.

“Foram vários tiros, mais de 20 tiros” disse outra testemunha.

Imagens em nosso poder, mostram o motorista da viatura já sem vida, dentro do veículo. O corpo do acompanhante estava fora do veículo, sugerindo que teria tentado escapar dos tiros.

Um dos estabelecimentos nas proximidades da ocorrência tem uma câmara de segurança. Os populares, amigos e familiares das vítimas exigem que as imagens sejam partilhadas para a identificação dos criminosos que não estavam encapuzados. “Têm aqui as imagens. Vão recuar. Estamos aqui para ver” disseram, suspeitando que a polícia teria coagido aos funcionários do estabelecimento para não partilhar as imagens. A corrente eléctrica na loja foi interrompida. O comércio encerrado, e a polícia está de guarita.

Supostamente, havia uma terceira pessoa no carro, e terá sido “raptada” pelos malfeitores.

Um amigo do agente do SERNIC assassinado crê tratar-se de um ajuste de contas. “Mas os motivos ele nunca falava”.

“Ele sempre dizia: a minha vida corre perigo. Às vezes sou seguido quando vou para casa” disse, recordando que a última vez que se queixou de perseguição foi na sexta-feira (27).

Uma pessoa da terceira idade que estava a publicitar livros de uma seita religiosa arredores do local da ocorrência foi “alvo” de bala perdida. Ela foi lavada a unidade sanitária.

Recorde-se que, a menos de um mês, na noite de 11 de Junho, um membro da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) foi assassinado com cerca de 50 tiros, na cidade da Matola, quando se fazia transportar em uma viatura da marca Mahindra.

A actualizar…

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