O cenário político em Moçambique continua a ser marcado por episódios alarmantes de repressão e perseguição aos opositores do regime liderado pela FRELIMO. Nas últimas 24 horas, a CAD assistiu a mais uma sequência de ações violentas, protagonizadas pela Unidade de Intervenção Rápida (UIR), um braço policial conhecido por atuar fora dos limites legais e com um histórico manchado por sequestros, intimidações e até execuções extrajudiciais.
Na noite desta terça-feira, 22 de abril, por volta das 18h, agentes da UIR invadiram a residência do presidente da Coligação Aliança Democrática (CAD), Manecas Daniel. A ação foi realizada sem mandado judicial, reforçando a natureza ilegal e arbitrária da operação. Felizmente, o presidente da CAD já havia deixado o local após receber um alerta sobre uma possível abordagem, evitando assim o que poderia ter sido mais um sequestro político.
No entanto, quem sofreu foi a sua esposa, que se encontrava em casa no momento da invasão. Segundo relatos, ela foi interrogada de forma agressiva e desumana, numa tentativa desesperada de extrair informações sobre o paradeiro do seu marido. A violência psicológica a que foi submetida é ainda mais grave por ser reincidente: no ano passado, ela já havia sido vítima de uma ação semelhante por parte da mesma força policial.
Esses acontecimentos ocorrem na esteira do sequestro do porta-voz da CAD, Dr. Justino Mondlane, levado por agentes da UIR sem qualquer explicação oficial. O seu paradeiro permanece desconhecido, aumentando a angústia e o receio entre os membros da oposição e os defensores dos direitos humanos em Moçambique.
É diante deste contexto sombrio que pedimos a CDD Moçambique , ao Dr. Wilker Dias , à ativista Quitéria Guirengane e ao jornalista e ativista Clemente Carlos , Adriano Nuvunga e todos que lutam pela democracia neste país por suporte nesta situação. O silêncio internacional e a impunidade interna não podem continuar a permitir que estas violações se perpetuem.
0 Comentários